O que o professor
precisa saber sobre refluxo
Quando o assunto é o refluxo nas
crianças, não são poucas as dúvidas e preocupações que surgem tanto pelos
familiares quanto pelos profissionais que atuam na educação, afinal o problema
além de chato pode ser sério. Então vamos entender melhor essa situação.
O refluxo gastroesofágico (RGE) é
uma condição onde ocorre o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago (órgão
que liga a garganta ao estômago).
Fonte: commons wikimedia
A doença do refluxo
gastresofágico (DRGE) é habitualmente definida como a presença de
sintomatologia ou complicações do RGE, e não está restrita a regurgitações ou
vômitos, frequentemente acompanha outros sintomas.
O refluxo pode afetar adultos e
crianças e estima-se que a doença acometa aproximadamente 12% da população
brasileira.
Vale ressaltar que todas as
pessoas, incluindo crianças e adultos apresentam um pouco de refluxo em algum
momento do dia (principalmente após as refeições), isso ocorre em períodos
curtos considerados normais.
O refluxo pode se apresentar de
duas maneiras, o refluxo gastroesofágico do adulto, e o refluxo gastroesofágico
da criança. Habitualmente na criança os sintomas do refluxo aparecem nos
primeiros meses de vida e melhoram até 12 a 24 meses, na maioria dos casos, já
no adulto aparece mais tardiamente, tem sintomas persistentes e quase sempre
necessita de tratamento, caracterizando a doença do refluxo gastroesofágico
(DRGE).
Tipos de refluxo gastroesofágico na criança
O refluxo na criança pode ocorrer
de três maneiras diferentes, divide-se em:
1. Refluxo fisiológico
2. Refluxo patológico
3. Refluxo oculto
O refluxo fisiológico ocorre devido a
imaturidade dos mecanismos de barreira antirrefluxo, como por exemplo, podemos
citar a válvula que fica entre o estômago e o esôfago, que impede o retorno dos
alimentos.
Este refluxo é caracterizado pela
regurgitação que ocorre após a alimentação do bebê, podendo acontecer com
alimentos líquidos ou sólidos. Surge nos primeiros meses de vida e pode chegar
até os dois anos de idade, na maioria dos casos, a frequência da regurgitação
diminui após os seis meses, coincidindo com a introdução de alimentos mais
sólidos e a posição mais ereta da criança.
No refluxo patológico não ocorre a
melhora da regurgitação e do vômito após os seis meses de vida, podendo
aparecer outros sinais e sintomas como: choro excessivo, irritabilidade,
distúrbio do sono, agitação, dor abdominal e recusa da alimentação.
E por último, temos o refluxo oculto, neste caso existe também o
retorno do conteúdo gástrico, porém ele não é exteriorizado pela boca, segue
por “outros caminhos”, como por exemplo, para as vias respiratórias, neste caso
além do bebê ter a clássica queimação, ele também poderá apresentar outros
sintomas, como: otites, sinusites e pneumonias de repetição.
O diagnóstico pode ser feito
através da endoscopia ou da Esôfago Estômago Duodenograma, porém como são dois
exames muito invasivos, o diagnóstico médico é realizado através do relato dos
pais e do exame físico feito no bebê.
Podemos salientar que, quanto
menor é a idade da criança, os sintomas podem se tornar mais inespecíficos, por
esse motivo a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda aos pais que procurem
a orientação do pediatra, se observarem que a criança se torna mais irritada,
chorosa, ganhe pouco peso ou perca peso.
Os principais
sintomas do refluxo são:
§ Vômitos e regurgitações
§ Anemia
§ Falta de apetite
§ Dificuldade de ganho de peso ou
perda de peso
§ Irritabilidade
§ Enjoo
§ Aftas, soluço e halitose
Alguns sintomas
respiratórios podem estar associados a DRGE como:
§ Chiado
§ Ronquidão
§ Bronquite
§ Asma
§ Tosse crônica
§ Engasgos
§ Pigarro
§ Otites, sinusites e faringites
Esses sintomas podem atrapalhar a
alimentação e sono dos bebês, o que favorece a irritabilidade e choro.
Diagnóstico e
tratamento:
Após uma investigação médica
criteriosa, correlacionando sintomas, exame clínico, exames de diagnóstico (se
houver), idade e probabilidade de se evitar consequências negativas para a
criança, o tratamento será direcionado pelo médico pediatra, podendo ser
medicamentoso ou não.
Orientações para mudanças no
estilo de vida e readequação da dieta, também fazem parte do
tratamento, Essas mudanças no estilo de vida dos pais/cuidadores e
das crianças, poderão auxiliar na prevenção das complicações do refluxo,
isso vale tanto para as crianças que apresentam o refluxo gastroesofágico
fisiológico quanto aquelas que apresentam a doença do refluxo.
Confira abaixo algumas medidas
que poderão reduzir o refluxo e prevenir complicações:
Medidas de prevenção relacionadas ao aleitamento:
§ Até os 6 meses de vida o único
alimento indicado para bebês é o leite materno;
§ Não ficar balançando o bebê no
colo após as mamadas;
§ Aguardar alguns minutos para o
bebê arrotar, isso poderá levar algum tempo, o arroto vai depender da
quantidade de ar que o bebê engoliu durante a mamada;
§ O bebê deverá estar na posição
semi-elevado para a mamada e elas deverão ser fracionadas;
§ Não vestir roupas apertadas no
bebê principalmente durante as mamadas;
§ Observar se a fralda está
apertando a barriga do bebê;
§ Se ocorrer o vômito aguardar pelo
menos 30 minutos para oferecer novamente o leite ou o alimento;
§ Sobre o intervalo entre a mamada
e a colocação do bebê para dormir, seguir a orientação do pediatra que poderá
variar de 20 a 40 minutos (dependerá do tipo e gravidade do refluxo), neste
período mantê-lo na posição ereta para que o leite se acomode no estômago e
facilite a digestão;
Medidas gerais para
alimentação de crianças:
- As mamadeiras deverão ser
oferecidas quando a criança estiver na posição semi-elevada;
- Seguir sempre a orientação do pediatra e
nutricionista a respeito de espessantes (produtos que engrossam o leite e
outros líquidos), esses produtos não são recomendados para bebês prematuros nem
para crianças com sobrepeso, além de demonstrarem poucos benefícios para
crianças em aleitamento materno;
- Readequação da dieta conforme a idade da
criança, sempre seguindo as orientações do pediatra e nutricionista: alguns
alimentos não são indicados como: café, chá, chocolate e alimentos gordurosos e
algumas fórmulas infantis poderão ser substituídas;
- Evitar a exposição da criança ao tabaco (o
tabaco interfere nos mecanismos naturais antirrefluxo)
- A forma mais segura de alimentar
crianças é na posição semi-elevada, isso favorece a redução do refluxo e
minimiza o risco de engasgo.
Para crianças que já sentam sem apoio e possuem equilíbrio suficiente para não
tombar as refeições podem ser oferecidas em cadeirão de alimentação.]
Segurança do
Cadeirão de alimentação:
§ A crianças deverá utilizar o
cadeirão para alimentação quando já estiver sentando sem apoio. A partir do
quinto e sexto mês, a criança começa progressivamente a sentar sem apoio, por
conta do seu desenvolvimento nas condições de equilíbrio do tronco;
§ A etapa de desenvolvimento motor
onde já senta sem apoio é classificada entre o 7º. e 10º. Mês de vida;
§ A norma técnica da ABNT para
cadeirões é a 15991-1:2011;
§ Verifique na embalagem da cadeira
a faixa etária a que se destina;
§ Verifique se não há rebarbas ou
partes cortantes visíveis;
§ As cadeiras altas não devem
conter rodas e deverá possuir uma base ampla e estável;
§ Recomenda-se que a criança sempre
esteja presa pelo cinto de segurança (de 5 pontos);
§ Segundo a norma ABNT
15991-1:2011, as cadeiras altas são destinadas para crianças de até 15 kg;
§ O cadeirão não poderá conter
partes pequenas que possam ser engolidas pelas crianças nem material tóxico na
composição de suas partes;
§ Os dispositivos para ajuste devem
ser inoperantes pelas crianças quando estiver sentada;
§ Para evitar deslizamento da criança
por baixo da bandeja, o cadeirão deverá conter uma faixa larga localizada entre
as pernas;
§ A bandeja deverá ser presa ao
encosto para que não forme espaços ou vãos;
§ É recomendado apoio para os pés;
§ Não permitir que a criança fique
de pé no cadeirão;
§ Não deixar a criança sozinha ou
dar-lhe as costas, mesmo que por alguns instantes, enquanto ela estiver no
cadeirão;
§ Não permitir que crianças maiores
brinquem ou tentem subir no cadeirão;
§ Ajudar a criança a entrar,
sentar-se e sair do cadeirão;
§ Afivelar o cinto assim que sentar
a criança;
§ Se o modelo for dobrável,
recomenda-se testá-lo antes para verificar se está firme;
§ Colocar o cadeirão de costas para
a parede preferencialmente para que se movimente o mínimo possível;
§ Não posicionar o cadeirão próximo
a eletrodomésticos, bancadas, pias, mesas, as crianças poderão se apoiar e
empurrar essas superfícies com os pés ou mãos e virar o cadeirão;
.
Posição segura para
dormir:
Outra questão importante é a
posição da criança na hora de dormir, através de estudos científicos ficou
comprovada que a posição prona (barriga para baixo) é a melhor posição para
dormir para as pessoas com a DRGE, porém essa posição não é recomendada para
crianças menores de 1 ano pelo risco de morte súbita do bebê.
A Academia Americana de Pediatria
e o Ministério da
Saúde Brasileiro recomenda o seguinte posicionamento da criança
até um ano para dormir, tanto para bebês sem refluxo como para portadores da
DRGE:
§ Posição supina (barriga para
cima);
§ Posicionar o lençol/coberta
abaixo das axilas do bebê (para que ele não escorregue para baixo da coberta),
não exagerar na quantidade de coberta;
§ Não colocar rolinhos, brinquedos
ou protetores no berço;
§ Para bebês com refluxo é comum os
pediatras recomendarem a elevação da cabeceira, embora alguns estudos
controlados não tenham demonstrado que essa posição é benéfica para menores de
um ano;
§ Utilizar um colchão firme (nem
duro nem mole demais);
§ Já para adolescentes e adultos
com diagnóstico de “doença do refluxo gastroesofágico”, a posição recomendada é
dormir de lado (esquerdo) com a cabeceira elevada;
REFERENCIAS:
·
FERREIRA,
T.C.; et al. Gastroesophageal reflux disease: exaggerations, evidence and
clinical practice. J
Pediatr. 2014, 90(2):105-118.
·
CONSELHO
NACIONAL DE SAÚDE. Dormir de barriga para cima é mais seguro. Pastoral da
Criança, 2009. [Internet], disponível em: http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2009/23_jun_barriga.htm
·
O que
fazer para o bebê arrotar? Alimentação do bebê, 2013. [Internet], disponível
em:http://www.nestlebebe.pt/alimentacao-do-bebe/pequenos-problemas-digestivos/o-que-fazer-para-o-bebe-arrotar
·
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Quando o refluxo se torna doença? Departamento
Científico de Gastroenterologia da SBP, Conversando com o Pediatra, 2014.
[Internet], disponível em:http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=192&content=detalhe
·
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PEDIATRIA. O que é refluxo? Departamento Científico de
Gastroenterologia da SBP, Conversando com o Pediatra, 2014. [Internet],
disponível em:http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=189&content=detalhe
·
MOON, R.Y.; FU, L.Y. Sudden
Infant Death Syndrome. Pediatrics in Review, 2007, 28(6): 209-214. [Internet],
disponível em: http://pedsinreview.aappublications.org/content/28/6
·
NUNES,
M.L. Síndrome da Morte Súbita do Lactente: Aspectos Epidemiológicos,
Fisiopatologia e Prevenção. Sociedade Brasileira de Pediatria, Documento
científico do Departamento de Neurologia, 2003. [Internet], disponível
em: http://www.sbp.com.br/img/documentos/doc_sindrome_msl.pdf
·
NUNES, ML.L; et al. Síndrome da morte súbita do
lactente: aspectos clínicos de uma doença subdiagnosticada. Jornal de
Pediatria, 2001, 77(1): 29-34. [Internet], disponível em:http://www.scielo.br/pdf/jped/v77n1/v77n1a09.pdf
·
CARPENTER, R. et al. Bed
sharing when parents do not smoke: is there a risk of SIDS? An individual level
analysis of five major case–control studies. BMJ Open, 2013, 3(5): 1-11. [Intermet], disponível
em:http://bmjopen.bmj.com/content/3/5/e002299.abstract
·
NORTON
R.C.; PENNA, F. J. Refluxo Gastroesofágico. Jornal de
Pediatria – Vol. 76, Supl.2, 2000
·
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR
15991-1:2011, Cadeiras altas para crianças – Parte 1:
Requisitos de segurança, ABNT, 2011.
Créditos:http://www.crechesegura.com.br/o-que-o-professor-precisa-saber-sobre-refluxo/
O que o professor
precisa saber sobre refluxo
Quando o assunto é o refluxo nas
crianças, não são poucas as dúvidas e preocupações que surgem tanto pelos
familiares quanto pelos profissionais que atuam na educação, afinal o problema
além de chato pode ser sério. Então vamos entender melhor essa situação.
O refluxo gastroesofágico (RGE) é
uma condição onde ocorre o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago (órgão
que liga a garganta ao estômago).
Fonte: commons wikimedia
A doença do refluxo
gastresofágico (DRGE) é habitualmente definida como a presença de
sintomatologia ou complicações do RGE, e não está restrita a regurgitações ou
vômitos, frequentemente acompanha outros sintomas.
O refluxo pode afetar adultos e
crianças e estima-se que a doença acometa aproximadamente 12% da população
brasileira.
Vale ressaltar que todas as
pessoas, incluindo crianças e adultos apresentam um pouco de refluxo em algum
momento do dia (principalmente após as refeições), isso ocorre em períodos
curtos considerados normais.
O refluxo pode se apresentar de
duas maneiras, o refluxo gastroesofágico do adulto, e o refluxo gastroesofágico
da criança. Habitualmente na criança os sintomas do refluxo aparecem nos
primeiros meses de vida e melhoram até 12 a 24 meses, na maioria dos casos, já
no adulto aparece mais tardiamente, tem sintomas persistentes e quase sempre
necessita de tratamento, caracterizando a doença do refluxo gastroesofágico
(DRGE).
Tipos de refluxo gastroesofágico na criança
O refluxo na criança pode ocorrer
de três maneiras diferentes, divide-se em:
1. Refluxo fisiológico
2. Refluxo patológico
3. Refluxo oculto
O refluxo fisiológico ocorre devido a
imaturidade dos mecanismos de barreira antirrefluxo, como por exemplo, podemos
citar a válvula que fica entre o estômago e o esôfago, que impede o retorno dos
alimentos.
Este refluxo é caracterizado pela
regurgitação que ocorre após a alimentação do bebê, podendo acontecer com
alimentos líquidos ou sólidos. Surge nos primeiros meses de vida e pode chegar
até os dois anos de idade, na maioria dos casos, a frequência da regurgitação
diminui após os seis meses, coincidindo com a introdução de alimentos mais
sólidos e a posição mais ereta da criança.
No refluxo patológico não ocorre a
melhora da regurgitação e do vômito após os seis meses de vida, podendo
aparecer outros sinais e sintomas como: choro excessivo, irritabilidade,
distúrbio do sono, agitação, dor abdominal e recusa da alimentação.
E por último, temos o refluxo oculto, neste caso existe também o
retorno do conteúdo gástrico, porém ele não é exteriorizado pela boca, segue
por “outros caminhos”, como por exemplo, para as vias respiratórias, neste caso
além do bebê ter a clássica queimação, ele também poderá apresentar outros
sintomas, como: otites, sinusites e pneumonias de repetição.
O diagnóstico pode ser feito
através da endoscopia ou da Esôfago Estômago Duodenograma, porém como são dois
exames muito invasivos, o diagnóstico médico é realizado através do relato dos
pais e do exame físico feito no bebê.
Podemos salientar que, quanto
menor é a idade da criança, os sintomas podem se tornar mais inespecíficos, por
esse motivo a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda aos pais que procurem
a orientação do pediatra, se observarem que a criança se torna mais irritada,
chorosa, ganhe pouco peso ou perca peso.
Os principais
sintomas do refluxo são:
§ Vômitos e regurgitações
§ Anemia
§ Falta de apetite
§ Dificuldade de ganho de peso ou
perda de peso
§ Irritabilidade
§ Enjoo
§ Aftas, soluço e halitose
Alguns sintomas
respiratórios podem estar associados a DRGE como:
§ Chiado
§ Ronquidão
§ Bronquite
§ Asma
§ Tosse crônica
§ Engasgos
§ Pigarro
§ Otites, sinusites e faringites
Esses sintomas podem atrapalhar a
alimentação e sono dos bebês, o que favorece a irritabilidade e choro.
Diagnóstico e
tratamento:
Após uma investigação médica
criteriosa, correlacionando sintomas, exame clínico, exames de diagnóstico (se
houver), idade e probabilidade de se evitar consequências negativas para a
criança, o tratamento será direcionado pelo médico pediatra, podendo ser
medicamentoso ou não.
Orientações para mudanças no
estilo de vida e readequação da dieta, também fazem parte do
tratamento, Essas mudanças no estilo de vida dos pais/cuidadores e
das crianças, poderão auxiliar na prevenção das complicações do refluxo,
isso vale tanto para as crianças que apresentam o refluxo gastroesofágico
fisiológico quanto aquelas que apresentam a doença do refluxo.
Confira abaixo algumas medidas
que poderão reduzir o refluxo e prevenir complicações:
Medidas de prevenção relacionadas ao aleitamento:
§ Até os 6 meses de vida o único
alimento indicado para bebês é o leite materno;
§ Não ficar balançando o bebê no
colo após as mamadas;
§ Aguardar alguns minutos para o
bebê arrotar, isso poderá levar algum tempo, o arroto vai depender da
quantidade de ar que o bebê engoliu durante a mamada;
§ O bebê deverá estar na posição
semi-elevado para a mamada e elas deverão ser fracionadas;
§ Não vestir roupas apertadas no
bebê principalmente durante as mamadas;
§ Observar se a fralda está
apertando a barriga do bebê;
§ Se ocorrer o vômito aguardar pelo
menos 30 minutos para oferecer novamente o leite ou o alimento;
§ Sobre o intervalo entre a mamada
e a colocação do bebê para dormir, seguir a orientação do pediatra que poderá
variar de 20 a 40 minutos (dependerá do tipo e gravidade do refluxo), neste
período mantê-lo na posição ereta para que o leite se acomode no estômago e
facilite a digestão;
Medidas gerais para
alimentação de crianças:
- As mamadeiras deverão ser oferecidas quando a criança estiver na posição semi-elevada;
- Seguir sempre a orientação do pediatra e nutricionista a respeito de espessantes (produtos que engrossam o leite e outros líquidos), esses produtos não são recomendados para bebês prematuros nem para crianças com sobrepeso, além de demonstrarem poucos benefícios para crianças em aleitamento materno;
- Readequação da dieta conforme a idade da criança, sempre seguindo as orientações do pediatra e nutricionista: alguns alimentos não são indicados como: café, chá, chocolate e alimentos gordurosos e algumas fórmulas infantis poderão ser substituídas;
- Evitar a exposição da criança ao tabaco (o tabaco interfere nos mecanismos naturais antirrefluxo)
- A forma mais segura de alimentar crianças é na posição semi-elevada, isso favorece a redução do refluxo e minimiza o risco de engasgo. Para crianças que já sentam sem apoio e possuem equilíbrio suficiente para não tombar as refeições podem ser oferecidas em cadeirão de alimentação.]
Segurança do
Cadeirão de alimentação:
§ A crianças deverá utilizar o
cadeirão para alimentação quando já estiver sentando sem apoio. A partir do
quinto e sexto mês, a criança começa progressivamente a sentar sem apoio, por
conta do seu desenvolvimento nas condições de equilíbrio do tronco;
§ A etapa de desenvolvimento motor
onde já senta sem apoio é classificada entre o 7º. e 10º. Mês de vida;
§ A norma técnica da ABNT para
cadeirões é a 15991-1:2011;
§ Verifique na embalagem da cadeira
a faixa etária a que se destina;
§ Verifique se não há rebarbas ou
partes cortantes visíveis;
§ As cadeiras altas não devem
conter rodas e deverá possuir uma base ampla e estável;
§ Recomenda-se que a criança sempre
esteja presa pelo cinto de segurança (de 5 pontos);
§ Segundo a norma ABNT
15991-1:2011, as cadeiras altas são destinadas para crianças de até 15 kg;
§ O cadeirão não poderá conter
partes pequenas que possam ser engolidas pelas crianças nem material tóxico na
composição de suas partes;
§ Os dispositivos para ajuste devem
ser inoperantes pelas crianças quando estiver sentada;
§ Para evitar deslizamento da criança
por baixo da bandeja, o cadeirão deverá conter uma faixa larga localizada entre
as pernas;
§ A bandeja deverá ser presa ao
encosto para que não forme espaços ou vãos;
§ É recomendado apoio para os pés;
§ Não permitir que a criança fique
de pé no cadeirão;
§ Não deixar a criança sozinha ou
dar-lhe as costas, mesmo que por alguns instantes, enquanto ela estiver no
cadeirão;
§ Não permitir que crianças maiores
brinquem ou tentem subir no cadeirão;
§ Ajudar a criança a entrar,
sentar-se e sair do cadeirão;
§ Afivelar o cinto assim que sentar
a criança;
§ Se o modelo for dobrável,
recomenda-se testá-lo antes para verificar se está firme;
§ Colocar o cadeirão de costas para
a parede preferencialmente para que se movimente o mínimo possível;
§ Não posicionar o cadeirão próximo
a eletrodomésticos, bancadas, pias, mesas, as crianças poderão se apoiar e
empurrar essas superfícies com os pés ou mãos e virar o cadeirão;
.
Posição segura para
dormir:
Outra questão importante é a
posição da criança na hora de dormir, através de estudos científicos ficou
comprovada que a posição prona (barriga para baixo) é a melhor posição para
dormir para as pessoas com a DRGE, porém essa posição não é recomendada para
crianças menores de 1 ano pelo risco de morte súbita do bebê.
A Academia Americana de Pediatria
e o Ministério da
Saúde Brasileiro recomenda o seguinte posicionamento da criança
até um ano para dormir, tanto para bebês sem refluxo como para portadores da
DRGE:
§ Posição supina (barriga para
cima);
§ Posicionar o lençol/coberta
abaixo das axilas do bebê (para que ele não escorregue para baixo da coberta),
não exagerar na quantidade de coberta;
§ Não colocar rolinhos, brinquedos
ou protetores no berço;
§ Para bebês com refluxo é comum os
pediatras recomendarem a elevação da cabeceira, embora alguns estudos
controlados não tenham demonstrado que essa posição é benéfica para menores de
um ano;
§ Utilizar um colchão firme (nem
duro nem mole demais);
§ Já para adolescentes e adultos
com diagnóstico de “doença do refluxo gastroesofágico”, a posição recomendada é
dormir de lado (esquerdo) com a cabeceira elevada;
REFERENCIAS:
·
FERREIRA,
T.C.; et al. Gastroesophageal reflux disease: exaggerations, evidence and
clinical practice. J
Pediatr. 2014, 90(2):105-118.
·
CONSELHO
NACIONAL DE SAÚDE. Dormir de barriga para cima é mais seguro. Pastoral da
Criança, 2009. [Internet], disponível em: http://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2009/23_jun_barriga.htm
·
O que
fazer para o bebê arrotar? Alimentação do bebê, 2013. [Internet], disponível
em:http://www.nestlebebe.pt/alimentacao-do-bebe/pequenos-problemas-digestivos/o-que-fazer-para-o-bebe-arrotar
·
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Quando o refluxo se torna doença? Departamento
Científico de Gastroenterologia da SBP, Conversando com o Pediatra, 2014.
[Internet], disponível em:http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=192&content=detalhe
·
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PEDIATRIA. O que é refluxo? Departamento Científico de
Gastroenterologia da SBP, Conversando com o Pediatra, 2014. [Internet],
disponível em:http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=189&content=detalhe
·
MOON, R.Y.; FU, L.Y. Sudden
Infant Death Syndrome. Pediatrics in Review, 2007, 28(6): 209-214. [Internet],
disponível em: http://pedsinreview.aappublications.org/content/28/6
·
NUNES,
M.L. Síndrome da Morte Súbita do Lactente: Aspectos Epidemiológicos,
Fisiopatologia e Prevenção. Sociedade Brasileira de Pediatria, Documento
científico do Departamento de Neurologia, 2003. [Internet], disponível
em: http://www.sbp.com.br/img/documentos/doc_sindrome_msl.pdf
·
NUNES, ML.L; et al. Síndrome da morte súbita do
lactente: aspectos clínicos de uma doença subdiagnosticada. Jornal de
Pediatria, 2001, 77(1): 29-34. [Internet], disponível em:http://www.scielo.br/pdf/jped/v77n1/v77n1a09.pdf
·
CARPENTER, R. et al. Bed
sharing when parents do not smoke: is there a risk of SIDS? An individual level
analysis of five major case–control studies. BMJ Open, 2013, 3(5): 1-11. [Intermet], disponível
em:http://bmjopen.bmj.com/content/3/5/e002299.abstract
·
NORTON
R.C.; PENNA, F. J. Refluxo Gastroesofágico. Jornal de
Pediatria – Vol. 76, Supl.2, 2000
·
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR
15991-1:2011, Cadeiras altas para crianças – Parte 1:
Requisitos de segurança, ABNT, 2011.
Créditos:http://www.crechesegura.com.br/o-que-o-professor-precisa-saber-sobre-refluxo/